Bunge e Martelli Transportes iniciam projeto para reduzir emissões em transportes utilizando biodiesel B100 em caminhões

Farelo de soja será transportado com combustível renovável, composto por 100% de óleo vegetal produzido a partir da mesma operação de processamento do grão que dá origem ao farelo

São Paulo – Fevereiro, 2025 – Por meio de uma parceria comercial, a Bunge e a Martelli Transportes deram início, neste mês, a uma operação utilizando o biocombustível B100 em 10 caminhões da transportadora mato-grossense. Os veículos são abastecidos com biocombustível 100% renovável, composto por óleo de soja, produzido pela Bunge em sua fábrica de biodiesel em Nova Mutum (MT). A parceria prevê que os caminhões estejam exclusivamente dedicados à operação da própria Bunge, no transporte de farelo de soja entre a planta de Nova Mutum e o terminal TRO, localizado em Rondonópolis (MT). O acordo entre as empresas tem duração de dois anos.

Ao todo, cerca de 5 mil toneladas de farelo de soja serão transportadas por mês com o combustível renovável, produzido a partir da mesma operação de esmagamento que gera o farelo, com soja originada pela Bunge considerando rigorosos critérios socioambientais. A estimativa é de que 50 mil litros de B100 por mês sejam utilizados na operação piloto. O objetivo do projeto, aprovado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), é obter dados de rendimento, rentabilidade e desempenho ambiental. Segundo informações da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), o B100 emite cerca de 99% menos CO2 em comparação ao diesel. 

Apoiada em sua Política Global de Não Desmatamento e em seu programa de estímulo à agricultura regenerativa, a Bunge avança em sua estratégia de descarbonização. A companhia tem metas baseadas na ciência, validadas pela Science Based Targets Initiative (SBTi), para redução de 25% nas emissões dos escopos 1 e 2 e de 12,3% nas emissões de escopo 3 até 2030, tendo como base de comparação o ano de 2020.  Em 2023, a empresa alcançou redução de 15,8% para as emissões de escopo 1 e 2 e de 10,6% nas emissões de escopo 3. 

“A necessidade de descarbonização da economia coloca a agricultura no centro das soluções, com muitas oportunidades de negócio para grãos, oleaginosas e novas sementes. Combustíveis de fontes vegetais terão papel importante na transição energética, cujo sucesso depende de uma jornada coletiva. Por isso, Bunge vem evoluindo em suas parcerias estratégicas tanto no setor logístico quanto nas demais áreas focadas na redução da emissão de gases poluentes. Iniciativas como essa estão alinhadas às nossas metas para redução de emissões, e também têm alto potencial de agregação de valor na cadeia. O cliente do farelo transportado com B100 terá, consequentemente, um produto com menor pegada de carbono”, afirma Charles Vieira, diretor sênior de Logística da Bunge. 

“O transporte rodoviário de cargas é o principal usuário de combustíveis fósseis mundialmente e, no âmbito nacional, o referido meio de transporte representa cerca de 85% do modal utilizado no escoamento dos grãos produzidos no Brasil. A descarbonização do setor de transportes não é uma novidade, no entanto, é um desafio que nos propomos a conquistar e que se mostra possível com o apoio de nossos clientes e fornecedores. Esse é mais um capítulo da trajetória da empresa, que agora se direciona à adoção de medidas com maior impacto na busca do desenvolvimento sustentável”, comenta Genir Martelli, sócio proprietário da Martelli Transportes.

A Martelli adquiriu os 10 caminhões da montadora Volvo. Para rodar com 100% de biodiesel, a marca fez um projeto de motor exclusivo. Disponível sob encomenda para o modelo Volvo FH, a solução é a única do mercado que dá ao transportador a flexibilidade de rodar com diferentes proporções do biocombustível, indo do B14 (diesel S10 com 14% de biodiesel, atualmente disponível nos postos) até o B100 (biodiesel puro). “Temos o compromisso global de zerar as emissões de CO2 em nossos veículos até 2040. A oferta de caminhões compatíveis com B100 no Brasil é um dos avanços para atingir esse objetivo”, assegura Alcides Cavalcanti, diretor executivo da Volvo Caminhões.